Uma festa que pode servir de exemplo pra Mogi
A ocasião era o show do Pale Sunday na Divina Comédia. Já falei aqui que achei o show fudido e que, com isso, deu pra conhecer outra banda ótima, o Alma Mater. Conversei com o pessoal da banda, adicionando um aqui outro ali em Myspaces, Orkuts e Twitters, e, na tentativa de trazer o Alma Mater pra Mogi, acabei conhecendo e conversando com o Tiago, que toca guitarra em ambas bandas de Ribeirão Preto e ainda é criador e produtor do Groselha Fuzz.
Criado em 2004, o Groselha Fuzz é uma festa itinerante dedicada à música alternativa, além de promover um coletivo de bandas.
Conhecendo esse projeto, achei bacana conversar com o Tiago sobre (é claro) a cena. Abordando, de forma geral, a cena, tendo o conhecimento que tem com o Groselha Fuzz e as bandas do coletivo. Aí a gente joga em perspectiva para Mogi e vê no que dá.
• Qual é o objetivo do Groselha Fuzz?
A intenção é abrir espaço para bandas que fazem som próprio, de qualidade e com algum diferencial.
Em Ribeirão Preto, a maioria dos bares trabalham com bandas cover ou de pop/rock convencional.
Infelizmente não há muito espaço para bandas independentes ou com proposta de som diferenciada, a Groselha Fuzz é uma das poucas opções.
Queremos incentivar o público daqui a desenvolver novas idéias, novos sons. Temos também um coletivo de bandas e um selo virtual.
• As bandas que tocam no Groselha Fuzz fazem parte do cenário indie nacional. Por que focar nessa área? Não seria mais fácil se partisse para algo mais popular?
Com certeza seria mais fácil trabalhar com algo comercial. Ainda mais no interior, onde a maioria das pessoas não sabem que existe trabalho sério no cenário indie nacional, e tratam com certo preconceito, a primeiro momento.
De qualquer forma, mesmo sendo mais difícil, a proposta sempre foi seguir na contramão desse mercado musical limitado e apresentar novas idéias musicais. Criar um público fiel, evoluir e ir mudando aos poucos as coisas por aqui.
Mas, se nesses 4 anos remamos bastante contra a maré, acho que estamos encontrando agora uma nova corrente. A cada edição aparece mais gente interessada e disposta a conhecer novas bandas, estou animado com o momento.
• Quais são as respostas do público para o Groselha Fuzz?
A resposta do público sempre foi boa. E controversa. Pois sempre misturamos estilos nas festas, colocando banda folk e outra experimental, ou uma garage e outra pop.
Gosto desse formato, acho que dá certo por aqui. Sempre sai alguém satisfeito, ou não. hehe.
Mas vejo alguns frutos sendo gerados, pessoas formando bandas indie e com vontade de tocar na GFuzz, isso é excelente!
• Como você acha que o Groselha Fuzz colabora para a cena indie regional e nacional?
A ponto de vista regional acho que colabora muito! É uma das poucas festas frequentes de rock no interior, sempre vem gente de outras cidades, é uma forma de deixar acesa a chama por aqui também. Em âmbito nacional, apesar de já ter realizado mais de 80 shows com bandas de todos os cantos do país e exterior, é um projeto que tem muito o que crescer, seja realizando festivais maiores ou firmando parcerias com coletivos distantes. Vamos chegar lá.
Mas de qualquer forma é uma boa opção para shows no interior paulista.
• Em Mogi, rola uma discussão sobre a cena indie daqui: se ela existe ou não. Você veio para cá com o Pale Sunday e conseguiu dar uma sacada no cenário. Tendo como base o Groselha Fuzz, o que você pode falar por cena indie, como ela funciona, do que ela precisa, o que a sustenta...
Sinceramente não vejo uma cena indie aqui. Imagino que seja como Mogi.
Existem alguns pontos de atividade, mas nada concreto e integrando, que venha a movimentar uma grande quantidade de shows, pessoas, selos, etc.
As coisas por aqui estão engatinhando ainda. Sou otimista pois sei que hoje é muito melhor que 4 ou 5 anos atrás. Antes não havia nada. Hoje temos algumas bandas se comunicando, como Pale Sunday, Flag Pops, Alma Mater, O Mínimo, Interstellar, Kidzilda, Berrodubio, EAL, Verbo Perfeito... temos um evento frequente que é a Groselha Fuzz e também algumas festas sazonais aqui ou ali que tocam música alternativa.
Está brotando aos poucos, a tendência é melhorar e se organizar para um dia virar uma cena de verdade.
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E aí, o que acham? Acho que podemos tomar o Groselha Fuzz como um exemplo bacana para as terras mogianas.
E, falando em terras mogianas, segue o que rola no Divina Comédia esse final de semana.
E, aqui, o que rola no Cuba Café.
Abraços a todos!
Por Zelenski, ao som de Hot Water Music
7 comentários:
dá-lhe grosa! orgulho regional! :)
Grande Zê... sempre surpreendendo com entrevistas inesperadas!!!
Esse Groselha Fuzz é um festival bem conhecido e conceituado pela galera independentona... Fora o Dezembro Independente (que acredito que vai rolar esse ano) creio que em breve algum fest parecido como esse vai começar e rolar em Mogi. Algo que ocorra com uma certa frequência e que tenha um nome forte.
Espero em breve poder tocar lá em Ribeirão !
Grande Zê !!!
é isso ae..groselhemos sempre! \o/
é um bom exemplo pra mogi com certeza!!
e sobre a cena mogiana, assunto sempre discutido, se para existir cena é preciso de algo "...concreto e integrando, que venha a movimentar uma grande quantidade de shows, pessoas, selos, etc." acho q mogi ta longe disso, mas ta caminhando... ;P
Concordo, Gui. Por isso estou feliz com a retomada das atividades do Selo Sem Sê-lo. Vamos ver no que vai dar. Estou otimista.
do grande caralho esta iniciativa do groselha fuzz... em comparação, mogi até tem iniciativas semelhantes, o que fode é que além do público interessado nem sempre participar, a organização de fests locais ainda tem que ouvir ladainhas desembasadas daqueles que buscam depreciar no lugar de agregar...
inveja? dor de cotovelo?
nan...
provincianismo - nu e cru.
Tiago detona!
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