Muita coisa rolou no último sábado. De sol à chuva, de Campus a Divina Comédia. Como fui público dos eventos do dia - e um público bem atrasado -, não consegui pegar tudo o que aconteceu. Mas, olhando ao redor, vi que tinha muita gente filmando e fotografando. "Material não vai faltar", pensei. "Ótimo". E segui em frente.
Shows do sábado interminável
Outra constatação: "Seattle era assim. As bandas tocavam para elas mesmas". Essa foi uma frase tirada de uma conversa minha com o Marcelo Mandaji, do Refluxo, que tocou semanas atrás em Mogi. Digo isso aqui pois em ambos eventos do sábadom muito do público era formado pelas próprias bandas da cidade.
O texto vai ficar grande, eu imagino. Vou intercalar com algumas imagens e vídeos, para não ficar cansativo.
Topsy Turvy no Campus VI
Atrasado que sou, cheguei ao Campus, no evento do Selo, e a primeira banda já havia tocado, Tijolo. Se alguém puder falar como foi o show, seria ótimo :)
Enfim, na hora subia ao palco os rapazes do Topsy Turvy, afinadíssimos, afinal, estão vindo de uma maratona de gravação de um álbum que deve sair no final de maio. E o show, que foi perfeito e alto, só me faz crer que um ótimo álbum nos aguarda.
Tocaram os oito sons que estarão no álbum. De viageiras que remetem ao shoegaze à alternativadade que lembra Mars Volta.
Topsy Turvy
Tospy Turvy
Preocupado em perder algum show do Festival Lumiere, que aconteceria em seguida na Divina Comédia (organizado pelo Bequadro), olhava para o relógio e calculava cada ação e minuto. Uma notícia surge: Vergaser não conseguiu ir e o show foi cancelado de última hora.
Triste. Um dos motivos de estar no Campus, além de prestigiar o TT, era conhecer as novas bandas. Mas feliz, pois já pude ir para o Divina sem o medo de perder algum show.
Tospy Turvy
Agora, vale dizer que no site do La Carne tem uma resenha fudida sobre o que vou contar daqui para frente. Bem sabem como é o Linari com suas palavras, então é mais do que visita obrigatória por lá.
Mas contino aqui minha humilde tragetória. Cheguei ao Divina correndo, aos cumprimentos de todos os camaradas que estavam ali. A bandas já se viam nos corredores: Seamus, Jair, Maquiladora, Jane Dope e, por último, senhores La Carne.
Antes de começar a falar do shows, vale destacar duas coisas: a bela exposição de fotos de Stefano Martins, Oswaldo Kbça Cornetti, Thamires Rainbow e Carol Ribeiro; e a discotecagem do Meteoro, com direito a Pulp e Sunny Day Real Estate.
Exposição de fotos
Primeiro som do festival: Jane Dope.
Desde sempre, a banda se apresenta bem afinada. Eles não perderam tempo, começaram, marcaram show, lançaram ábum, organizaram coletivo... e na apresentação ao vivo não são diferentes. Não perdem tempo, vão direto ao assunto: guitarras, viageiras, presença de palco e músicas ótimas.
Jane Dope
Jane Dope
Depois veio Maquila. Infelizmente, estava fora quando o som rolou. Aliás, estava dentro, mas conversava com um amigo que há tempos não proseava. E, ainda assim, posso opinar, afinal, não é qualquer um que pode ter uma conversa nostálgica ao som potente de Maquiladora. Sem contar, que havia assuntos em comum, pois eu conversava com o Murilo, ex-Grifus e Samsara, e a Andrea, hoje Maquila e Jane, também é uma ex-Grifus.
Eis que vem o show que eu estava mais ansioso: Jair Naves. Muita da minha inspiração de entrar na música vem dos shows do Ludovic e dos discursos raivosos de um Jair enfurecido. E, nesta nova empreitada, a raiva está lá, a fúria também, mas com uma roupagem nova.
Jair está muito bem acompanhado com a banda. Ensaiadíssimos, proporcionando diversos clímax e anticlímax. Show que dá vontade de chorar. Ainda mais terminando com uma homenagem mais que merecida, com os gritos de "Mala Suerte!". É, reza a lenda que...
Jair Naves
Jair Naves
E Seamus nunca é demais. Ainda mais depois de um show seguido de semanas ouvindo o The Sounds of The City You Love. Show com uma puta energia. Desde que me lembro como gente envolvida na cena, Seamus está presente. Desde os shows do Flegma. E ver que eles estão melhores do que nunca e seguindo em frente, dá ânimo em continuar. Aliás, ver muita gente insistindo no rock me dá ânimo em continuar.
Seamus
Era mais de quatro da manhã e é a vez dos senhores La Carne. Conversei um bocado como Linari antes. Falou-me de estar na música há 20 anos, de promessas feitas à mãe espanhola do leito de morte - promessas cumpridas, e outras nem tanto -, e outras coisas mais.
Eles, enfim, sobem ao palco e fazem um show magnífico. O braço mais rápido do Oeste com suas guitarras à la PJ Harvey, baixos presentes, baterias altas e um Linari com o gingado de causar inveja a qualquer um Family Stone... tudo isso frente a um público que não parava de cantar e pular.
E, para emocionar mais ainda, eis que surge uma frase estranha no meio da música, cantada por Linari: "O espaço do baixo e vil! O espaço... do baixo... e vil!". Não havia melhor forma de terminar aquela noite. CVV!
La Carne
Devia ser mais de cinco da manhã já. O sol já estava por vir. A maratona chegava ao fim. Selo e Bequadro, Campus e Divina. Saio dos dois com uma sensação de ter recebido o melhor show de cada banda, pensando que Mogi não deve nada pra ninguém. E que se o público são as próprias bandas, sorte para quem fica até o final.
3 comentários:
Cara, puta satisfação poder ler toda essa resenha de apenas um dia!
É isso Z, e acredite, as coisas estão apenas começando...
Abraz
Elmo
Posso ter perdido a noite, mas não a resenha, sempre estou por aí xeretando algum blog lendo alguma coisa ou curtindo algum som. Grande abraço rapaz!E sim, as bandas...quer melhor público, melhor atenção do que os próprios brothers??
salve Z... colocamos um link pra sua matéria no Bequadro...
e vamos que vamos, distraídos venceremos!! hehehe
abs, r.
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